A Prefeitura de São Paulo anunciou uma nova medida para
estimular a revitalização da região central da cidade. Um decreto foi assinado
nesse sentido, estipulando uma subvenção de R$1 bilhão, que corresponde a 25%
do valor das obras de requalificação, para empreendimentos localizados no
perímetro do programa, batizado de Requalifica Centro. A ideia é que a melhoria
dos imóveis da região seja capaz de atrair investimentos. A ideia é que a melhoria
dos imóveis da região seja capaz de atrair investimentos.
A ação tem como objetivo chamar atenção do setor imobiliário
para melhorar as condições dos imóveis, tanto residenciais quanto comerciais,
na região central. Os proprietários dos
imóveis saem ganhando com essa melhoria, já que a região tem perdido muito seu
valor comercial. Para que possam receber esse incentivo da prefeitura, no
entanto, eles precisam demonstrar que as intervenções em seus respectivos
imóveis vão trazer benefícios para a cidade. Precisam ainda também passar por
uma série de critérios estipulados no decreto.
O maior desafio do mercado imobiliário brasileiro talvez
seja justamente o da revitalização dos centros das principais capitais do país.
Endereços que no passado eram sinônimo de dinheiro, poder e status, hoje
viraram retratos de abandono e descaso. Diante desse cenário, morar ou
trabalhar nessas regiões representa um grande desafio e, muitas vezes, até
mesmo um ato de coragem para quem se aventura.
Infelizmente são poucas as tentativas de mudar essa
realidade. Já as ações que saíram do papel costumam fracassar. Nenhum projeto de obra nas regiões centrais
das principais capitais seguiu em frente a ponto de fazer uma grande diferença
e não existe uma resposta simples da razão disso ter acontecido, pois são
vários aspectos que impactam no seu desenvolvimento. Uma transformação efetiva
do cenário de decadência precisa de uma série de ações e investimentos por
parte do poder público e também das empresas privadas.
Embora não exista ainda um consenso qual ação é mais
promissora para mudar essa realidade, o processo de decadência é bastante
conhecido — e se repetiu em diferentes metrópoles do país. Com as mudanças
dos polos financeiros das cidades que migraram dos centros para endereços mais
novos, essas áreas acabaram ficando degradadas, com seus prédios vazios ou
tomados pela população de baixa renda.
Urbanistas brasileiros defendem a revitalização dos centros
urbanos como uma das prioridades de governos e prefeituras. A despeito dos
desafios a serem enfrentados numa operação do tipo, esses especialistas apontam
que algumas características ajudam na mudança, como a oferta de transporte
público e a presença de pontos comerciais.
O poder público, uma parte importante e essencial nesse
processo de revitalização do centro urbano, falha bastante em sua
responsabilidade de fazer manutenção em edifícios históricos e também em zelar
pela segurança, que é um dos pontos mais negativos nessas regiões.
Mas não dá para responsabilizar apenas as prefeituras e
governos. Sem a iniciativa privada, fica inviável pensar em dar novos ares aos
centros urbanos. É importante que as
incorporadoras e construtoras desenvolvam projetos que atraiam famílias e
empresas para os locais. A iniciativa recente da Prefeitura de São Paulo tenta
estimular esse círculo virtuoso. Tomara que dê certo. Todos vão sair ganhando.
Fonte: veja.abril.com.br
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