O 1º semestre
de 2023 trouxe boas notícias para o mercado de escritório de alto padrão de São
Paulo. De acordo com a pesquisa de mercado da JLL, houve absorção bruta de
162.000 m² e absorção líquida positiva (diferença entre locações e devoluções)
de 12.000 m². O principal motivo para o aumento da demanda por parte das
empresas foi a consolidação do modelo híbrido, com aumento da frequência de
dias trabalhando dos escritórios. Com isso, muitas empresas que devolveram
escritórios nos últimos 3 anos, agora estão se deparando com falta de espaço
para acomodar todos, principalmente nos dias de pico de presença, em geral,
entre terças e quintas-feiras.
Outro indicador
que evidencia este crescimento é o aumento da locação de áreas maiores e
redução de contratos que dizem respeito a áreas menores no share por faixas de
metragens absorvidos. Enquanto no 1º
trimestre de 2023 49% das transações foram de até 500m² e acima de 1.500m²
apenas 7%, no 2º trimestre estas proporções foram de 42% e 20% respectivamente.
Por outro lado,
no 1º semestre de 2023 ainda verificamos uma minoria de empresas efetuando
devolução de espaços, mas agora muito mais por questões relacionadas a
performance do negócio ou outros fatores inerentes à própria atuação, do que
por subtilização dos espaços devido ao home office, como ocorria
majoritariamente até 2022. No final do ano passado, 11% das transações
realizadas pela JLL eram rescisões contratuais. No primeiro semestre deste ano,
o volume de clientes que decidiu reduzir área ocupada ou se mudar para espaços
do coworking, por exemplo, caiu para 3%..
Dentro desse
ambiente de crescimento do mercado, já é sabido que a Faria Lima e JK despontam
como as regiões mais demandadas, com as menores taxas de vacância, com 6% e 7%
respectivamente, dentre as regiões corporativas de São Paulo. Esse quadro se
deve ao perfil de ocupantes do mercado financeiro, que já trazia uma cultura de
trabalho do escritório, e “big tecs”, que passaram a demandar aumento da
frequência de “office days”. Há também o fato dessas regiões estarem mais
centralizadas dentro do eixo corporativo nobre, de Paulista à Chrucri Zaidan,
em tese com melhor acesso para a maioria do público corporativo, se comparado
com as regiões localizadas nos estremos.
Este momento de
mercado está inevitavelmente resultando em um aumento de preços dos aluguéis
nessas regiões, via revisionais ou em renovações. De todo modo, dentro do
dinamismo do mercado Paulista, já verificamos um transbordamento das transações
para regiões adjacentes com preços mais acessíveis. Na região da Marginal
Central, situada entre a estação Cidade Jardim da CPTM até a região da estação
Pinheiros, o market share, dentre as transações concluídas pela JLL, aumentou
de 25% no 2º semestre de 2022 para 31% no 1º semestre de 2023.
Para o 2º
semestre de 2023, algumas transações em andamento já apontam para um movimento
de flight to price. Empresas atualmente locatárias na Faria Lima e JK estudam
se relocalizar para regiões também nobres e consolidadas, como Berrini e Chucri
Zaidan, mas que ainda contam com uma vacância de 32%. Essas áreas possuem
estoque com especificações técnicas de primeira linha e valores de locação
médios abaixo de R$ 100/m², ou seja, menos da metade dos praticados nas regiões
mais concorridas.
Assim, podemos
dizer que o mercado imobiliário está deixando para trás o período turbulento
provocado pela pandemia. Com a reafirmação das empresas sobre a importância dos
escritórios na manutenção da produtividade e da cultura corporativa, espera-se
que o final de 2023 e começo de 2024 mantenha o ritmo aquecido de novas
ocupações.
Fonte:
exame.com
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